Editora: Casa da Palavra
Páginas: 75
Ano da edição: 2001
Ano de publicação: 1836 - 1837
Este livro contém duas histórias. A primeira, intitulada Bibliomania, trata-se do primeiro conto do escritor francês Gustave Flaubert, escrito por ele aos 15 anos de idade. Teve como inspiração a segunda história Crime do Livreiro Catalão.
O Crime do Livreiro Catalão foi publicado no jornal judiciário, "A Gazette des Tribunaux", no dia em 23 de outubro de 1836. O jornal costumava publicar resenhas de crimes e julgamentos ocorridos na França e no exterior. Neste dia, foi publicada uma curiosa história de uma livreiro assassino que foi condenado à morte em Barcelona. Sua autoria é incerta, mas é atribuída a Prosper Merimée ou a Charles Nodier.
Na época muitos acreditavam tratar-se de uma história real. Hoje sabe-se que é apenas uma ficção. Mas o relato chamou tanta atenção na época que inspirou muitos a escrever. Até quase 100 anos depois ainda havia escritores reescrevendo-a, copiando-a e reinterpretando-a.
Um dos primeiros a inscrever sua versão da história foi Flaubert. No dia 12 de fevereiro de 1837 saiu no jornal literário "Le Colibri", seu primeiro conto chamado Bibliomanie, assinado apenas como F.
O Crime do Livreiro Catalão narra a história de dom Vicente, um monge que devido ao seu grande amor pelos livros, resolveu virar livreiro. Ele sabia vender muito bem seus livros, porém só vendia exemplares comuns. Obras mais raras, o livreiro guardava para si. Quando alguém queria comprar uma dessas obras especiais, criava o máximo de empecilhos. No entanto, havia pessoas que insistiam tanto em adquirir um volume que conseguiam. O livreiro vendia-o, mas com muita raiva. No entanto, após a venda buscava reavê-lo.
Na versão de Flaubert, nós conhecemos o livreiro Giácomo. Apaixonado por livros raros, tinha uma paixão ainda maior pelos manuscritos. Pagava o que podia para ter um manuscrito raro e não os vendia por nenhum dinheiro. Um dia um estudante de direito, insistiu para comprar um de seus manuscritos que conseguiu, em troca revelou onde o livreiro poderia encontrar um exemplar único de uma obra. Ele passou a desejar esse exemplar a qualquer custo.
"Jamais, igualmente, desejou tanto. Oh! como quis então, mesmo ao preço de tudo que possuía, de seus livros, de seus manuscritos, de suas seiscentas pistolas, ao preço de seu sangue, oh! como quis possuir aquele livro!"
São duas histórias bem interessantes para quem ama os livros. Os dois personagens principais têm um amor incondicional por obras raras, chegando a uma obsessão, tornando-os capazes de fazer qualquer coisa para possuírem um determinado exemplar.
Além de duas curiosas narrativas, este livro nos apresenta a primeira história de Gustave Flaubert. Vale muito a pena a leitura.
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