É a história de um homem
Dizem que virou jacaré,
Por causa de uma vacina,
Aplicada na sola do pé,
Uma história diferente
De um sujeito chamado José.
Quando esse caso aconteceu,
O mundo vivia uma pandemia,
Muita gente adoeceu,
E morria gente todo dia.
Foi um tempo de aflição,
Uma época de agonia.
Os hospitais ficaram lotados,
Não tinham condições
De atender os adoentados.
Para acalmar as aflições,
Criaram uma vacina.
Houve muitas comemorações.
No meio dessa alegria,
Apareceu um maluco de boné,
Dizendo que quem tomasse vacina
Com certeza viraria jacaré,
Mas isso só acontecia,
Se fosse na sola do pé.
Ninguém ligou para ele,
Só uns poucos medrosos,
E o homem dessa história
Era uma dos temerosos.
José não quis tomar a vacina,
Dizia estar entre os cautelosos.
Tinha medo de virar jacaré,
Mas os irmãos o levaram obrigado.
O conduziram ao posto de saúde
Chegaram com ele amarrado.
Eles explicaram a situação,
Os enfermeiros vieram em seu cuidado.
Disseram para José se acalmar,
Que a injeção não ia doer,
Que era para o seu bem,
Para ele não adoecer.
Nada o ajudou a sossegar,
Ficou a se contorcer.
Continuou desesperado,
Sob nenhuma condição,
Não aceitava ser vacinado.
Para resolver a situação,
Amarraram ele em uma maca
E tentaram dar a injeção.
Como não deixou aplicar no braço,
Tentaram distrair o José,
Sem que ele percebesse
Aplicaram a injeção no pé.
Então soltaram o homem,
E aí começou a história do jacaré.
Logo apareceu uma mancha
Bem no local da injeção.
Ela cresceu, foi se espalhando,
Quando viu tinha outra na mão.
Ninguém entendeu o que acontecia,
Nem os médicos da região.
Acreditavam que havia surgido
Uma nova enfermidade.
Esse caso assustou,
Abalou toda a cidade.
Todos viviam com medo,
Foi um tempo de infelicidade.
Um belo dia quando acordou,
O homem estava transformado em jacaré.
A família dele não acreditou,
Ninguém colocou fé
No que o maluco tinha falado,
Apenas o pobre do José.
A cidade ficou com medo,
O doido tinha razão.
Ninguém queria tomar vacina,
Foi uma grande confusão,
repercutiu pelo país,
Passou até na televisão.
A família o botou em um tanque.
Davam água e comida,
E cuidavam de José
Como permitia a vida.
Mas morriam de medo
De levar uma mordida.
Dois meses se passaram.
O médico indicou outra vacina,
A segunda dose da injeção,
Com uma agulha mais fina,
Para ajudar o pobre homem
Que vivia em uma piscina.
Cheio de ferramentas,
Dois enfermeiros vieram vaciná-lo.
Deram a injeção enquanto dormia.
Não queriam agitá-lo.
Correu tudo como esperado,
E conseguiram não acordá-lo.
Dois dias se passaram,
O jacaré ficou com uma cor esquisita.
Estava cada dia mais pálido,
Sua família ficou aflita.
Preocupada com José,
Temendo a sorte maldita.
Quando se deram conta,
Outro fato esquisito ocorreu.
O jacaré voltou a ser homem,
E ninguém entendeu.
Mais estranho ainda
Foi não lembrar do que aconteceu.
Me contaram essa história,
Jurando veracidade.
Não sei se eu acredito,
Não sei se é verdade.
Ou se é só conversa
Do povo dessa cidade.
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