Ano de publicação: 1953
Ano da edição: 2012
Páginas: 216
Fahrenheit 451 foi publicado em 1953 pelo escritor americano Ray Bradbury. É clássico da ficção científica e uma obra distópica, originada a partir de um conto chamado "The Fire Man" escrito em 1950. Sua primeira versão foi escrita em 9 dias.
O gênero distopia costuma abordar sociedades futuras imaginárias na qual os problemas sociais são resolvidos por meio da violência e da opressão, com o estado exercendo controle sobre a sociedade.
História do livro
A história se passa em uma cidade dos Estados Unidos, mas não especifica qual. Remete a uma época futura de 1953, provavelmente próxima ao período atual. Na sociedade retratada, os livros são proibidos, mas não por um governo totalitário e opressor, mas sim pelas próprias pessoas que decidiram que não queriam mais ler, pois, acreditavam que os livros as deixava tristes.
Quem lê costuma ver o mundo com olhos mais críticos e questiona como tudo acontece. Isso tira a ilusão de que a vida pode ser perfeita. Muitos se incomodam com isso e acreditam que sem livros serão mais felizes.
Nesse contexto, as casas são a prova de fogo, ou seja, não há riscos de incêndio. Então, os bombeiros mudaram de função, ao invés de apagar fogo, eles queimam livros, pois, apesar da a proibição, ainda há quem leia escondido e possua livros em casa.
O personagem principal é Guy Montag, um bombeiro. Ele vivia "feliz", queimando livros. Ele é casado com Mildred, que passa seus dias assistindo televisão, ocupando sua cabeça com bobagens. A maioria das pessoas nessa sociedade vive assim, além de também tomarem pílulas diariamente para se sentirem mais felizes.
Um dia, ao voltar do trabalho, Montag conhece sua nova vizinha, Clarisse, uma garota de 16 anos. Ele logo nota que ela é diferente. Enquanto todos viviam no automático, de forma alienada, sem questionar nada, ela gostava de viver de uma forma mais plena, aproveitando e sentindo cada momento. Além disso, a garota fez questionamentos para Montag sobre se ele era feliz ou se já esteve apaixonado alguma vez. Isso mexeu com ele, nesse momento passou a se questionar sobre como estava vivendo.
Outro fato que ajudou a despertar Montag, foi o caso de uma senhora que preferiu morrer ao ver seus livros serem queimados do que ficar sem eles. Isso o levou a questionar o que havia nos livros para que as pessoas arriscassem suas vidas e morressem por eles.
O bombeiro passa a ter curiosidade sobre o que tem nos livros e questiona até seu próprio chefe, Beatty, que garante que os livros não possuem nada de útil. Mas seu desconforto com a realidade em que vive aumenta cada vez mais e ele percebe que não tem ideias próprias que foi influenciado acreditar em tudo o que o cerca.
Em meio a isso, conhece um ex-professor chamado Faber, que o ajuda a fugir dessa realidade e o leva a conhecer outras pessoas "rebeldes "que se recusam a deixar de ler e sonham em conseguir mudar a atual realidade.
Impressões de leitura
Fahrenheit 451 tem uma linguagem simples e tranquila de ler, mas, ao mesmo tempo, tem uma escrita poética e descritiva, o que torna a leitura fluida e envolvente. Não dá vontade de parar de ler.
Além disso, é um livro necessário. Apesar de ter sido lançado em 1953, permanece atual. Em diferentes momentos da história houve tentativas de censurar livros e isso permanece acontecendo até hoje.
Diferente de outras distopias, a obra de Ray Bradbury é mais próxima da realidade. O totalitarismo não é imposto por um governo, como foi o nazismo e o fascismo, mas sim pela indústria cultural e pela sociedade de consumo. A sociedade é que determina o que a pessoa vai consumir e gostar, evitando até que ela pense por si própria.
Hoje, acontece algo semelhante com a internet e as redes sociais. Assim como na obra, nós estamos passando boa parte de nossos dias em frente a telas. Elas é que estão decidindo o que iremos consumir, do que iremos gostar, como devemos nos comportar, controlam até como ocupamos nosso tempo.
Fahrenheit 451 é um daqueles livros fundamentais que todos que gostam de livros deveriam ler, pois traz muitas reflexões sobre o poder da leitura, o papel que ela tem em nossas vidas e o risco que corremos ao deixar os livros serem censurados.
Curiosidades sobre o livro
Ao ler o livro me deparei com algumas curiosidades interessantes:
⇨ O título Fahrenheit 451 faz referência aos 451 graus Fahrenheit, a temperatura na qual o papel queima, equivalente a aproximadamente 233 graus Celsius.
⇨ A primeira versão da história foi escrita em 9 dias. Bradbury, sem muito dinheiro, escreveu a obra em uma sala de datilografia de uma biblioteca que alugava as máquinas a 10 centavos por cada meia hora.
⇨ Montag, o personagem principal, tem o nome de uma fábrica de papel e Faber, amigo de Montag, tem o nome de uma fabricante de lápis, porém a escolha dos nomes foi apenas coincidência. O autor só percebeu isso após escrevê-lo.
Filme
Em 1966, François Truffaut adaptou Fahrenheit 451 para o cinema, trabalhando na direção e roteiro. O filme foi protagonizado por Oskar Werner (Guy Montag) e Julie Christie (Clarisse e Linda Montag).
O filme tem algumas diferenças em relação ao livro. Por exemplo, na obra Clarisse é uma menina de 16 anos e no filme uma professora adulta. A produção cinematográfica tem como local a Inglaterra, já no livro a história se passa nos Estados Unidos.
Apesar dessas e de outras diferenças, a história em si é bem semelhante ao livro. É uma excelente adaptação, recomendo tanto para quem já leu o livro, como para quem não leu. É um excelente filme. Quem ama livros precisa conhecer tanto o filme como o livro de Fahrenheit 451.
Gênero: Drama/Ficção científica
Origem: Reino Unido
Duração: 1h 52min
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